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Câmara realiza sessão especial em homenagem a Rosalindo Souza

A Câmara Municipal de Itapetinga realizou, nesta quarta-feira (13), uma sessão especial em homenagem a Rosalindo Souza, advogado, poeta e combatente contra a ditadura militar, o qual foi assassinado durante os conflitos do exército contra a guerrilha do Araguaia, em 1973.

De iniciativa da Mesa Diretora, a sessão teve como justificativa a luta de Rosalindo, conhecido como “Mundico do Araguaia” pela democracia durante a ditadura militar. Nascido em Igarassu-BA, ele mudou-se para Itapetinga e desde cedo se envolveu com a militância estudantil, atuando ativamente mais tarde em Salvador e no Rio de Janeiro, onde se formou em Direito. Após dois anos atuando na advocacia em Itapetinga, foi condenado à reclusão pela Justiça Militar e mudou-se para o Pará, onde se juntou e lutou na guerrilha do Araguaia até ser morto em 1973. Por anos ele foi dado como desaparecido, até que em 2018 o mateiro Olímpio Pereira confessou tê-lo assassinado.

Presidida pelo vereador João de Deus (MDB), a sessão contou na mesa de debates com os seguintes nomes: Renan Pereira, vice-prefeito de Itapetinga; José Antônio Souza, irmão de Rosalindo; Gilson de Jesus, representante em Itapetinga do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), antigo partido de Rosalindo; Dr. Gelsir Gusmão, amigo de Rosalindo; e Dr. Ruy Medeiros, também amigo de Rosalindo. 

Em sua fala, o vice-prefeito Renan Pereira afirmou que Rosalindo deixou um legado não só para a velha geração, mas para todas as gerações. “Um rapaz novo, filho de operários, veio a Itapetinga com convicção, um homem calmo, traçando o caminho para o Brasil. Infelizmente temos pessoas nesse país que tiram a vida de outras como Rosalindo, mas quando se tira a vida de um cidadão como esse, ele jamais morre”, afirmou o vice-prefeito.

O Dr. Gelsir Gusmão enalteceu o falecido amigo: “Rosalindo não tremeu perante os canhões dos generais que deram o golpe em 1964. Ele manteve a firmeza, a dignidade e a coragem, e continuou lutando”. Já o Dr. Ruy Medeiros denunciou que até hoje o corpo do ex-combatente não foi devolvido, destacando a perversidade da ditadura militar em privar tantas famílias do luto. “Rosalindo é vítima mais de uma vez: no seu direito de estudar, no seu direito à liberdade, na morte que encontrou e por não permitirem a vivência do próprio luto. Itapetinga lhe deve uma homenagem: que seja o nome de uma via pública, um prédio público ou uma escola, ou a outorga, mesmo que in memoriam, do título de cidadão de Itapetinga, cidade em que viveu e que tanto amou”.

Ao fim da sessão, o PCdoB fez uma homenagem em memória a Rosalindo, entregando um buquê à família.

 

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