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Câmara realizará sessão especial nesta quarta-feira (13) em homenagem a Rosalindo Souza

Será realizada nesta quarta-feira (13), às 19h, uma sessão especial no plenário da Câmara Municipal de Itapetinga, de autoria da Mesa Diretora, que visa homenagear Rosalindo Souza, advogado, poeta e combatente contra a ditadura militar, o qual foi assassinado durante os conflitos do exército com a guerrilha do Araguaia, em 1973. A sessão contará com uma palestra ministrada pelos amigos do homenageado, Dr. Gelcy Gusmão e Dr. Ruy Medeiros. 

Nascido em Igarassu-BA, Rosalindo mudou-se para Itapetinga, onde estudou no Colégio Estadual Alfredo Dutra e já realizava diversos trabalhos em defesa da classe estudantil. Integrou o Partico Comunista do Brasil (PCdoB) e iniciou sua militância pelo movimento estudantil no curso de direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sendo eleito presidente do Centro Acadêmico Rui Barbosa, em 1968. Nesse período, foi responsável por dirigir a captura de um agente de repressão que vigiava a residência universitária, após a prisão de um companheiro de partido. Por conta disso, foi impedido de se matricular na UFBA pelo decreto federal 477/1969, forçando-o a concluir seus estudos na Faculdade Cândido Mendes (UCAM), no Rio de Janeiro. 

Já formado, ingressou na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e montou seu escritório de advocacia popular em Itapetinga. Esse período não duraria muito: condenado em 1971 a dois anos de reclusão pela Justiça Militar, Rosalindo dirigiu-se ao sudeste do Pará, integrando o Destacamento C da Guerrilha do Araguaia. Seu trabalho mais reconhecido foi o cordel “Romance de Libertação do Povo”, um dos principais materiais de propaganda do Partido no Araguaia. 

Em 1973, Rosalindo, que à época era conhecido como “Mundico do Araguaia”, foi morto pelo mateiro Olímpio Pereira, que confessou o crime apenas em 2018. Até então, os militares haviam produzido a versão de que ele fora morto de maneira “justa” por um grupo de combatentes, mas outros relatos afirmam que seu cadáver de Mundico foi exumado, e a cabeça arrancada e exposta por dias no campo de concentração de Xambioá, em frente aos outros detidos. 

A sessão visa, portanto, reconhecer a atuação de Rosalindo em prol da democracia e da liberdade em um período tão crítico da história brasileira. 

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